20031118

Requiém para uma mente

Estou esacionário nesse estado mental que me consome.
Vejo a sanidade passar diante de meus olhos. Sem poder agarrá-la eu me perco em pequenos devaneios.
Neles vejo a insanidade, caridosa e sensualmente, me chamar.
Tento me mover, mas estou estacionário nesse estado mental que me consome.
Vejo a beleza e graça dos padrões que me cercam, mas não posso tocá-los, não posso estudá-los.
Vejo minha mente sucumbindo aos sentimentos primordiais de sobreviência, pedindo alimento e oferecendo a raiva como proteção.
Como único recurso de fuga, eu acato simplesmente para perceber que já estava lá e, como uma droga, novamente sou consumido por estar estacionário nesse estado mental.
Percebo que ajuda de nada adianta se não vier de mim mesmo. Está na hora de um sacrifício e um sacrifício será feito.
Eu terei que morrer para poder renascer novamente.
Mato minha mente e espero uma nova surgir. Já é tempo, ou então, meus amigos, certamente perderão um bom amigo.
Encontro vocês depois. É tempo de eu me ir, mas não se preocupem, pois voltarei assim que possível.