20030819

Confissão e Desapontamento

Sim, confesso que não me contive na curiosidade de assistir ao filme "As Aventuras da Liga Extraordinária" antes do lançamento do mesmo no Brasil.
Gostei do filme, ótimo roteiro e uma boa adaptação, com excessão de alguns dados que provavelmente os roteiristas não tiveram muito senso em se ater.
Não farei spoiller aqui, apenas alguns dados para que vocês (se é que alguém, além de mim lê esses dados) não se sintam prejudicados com idéias erradas ou para que quando lerem os livros que descrevem os personagens não achem que o livro está errado e o editor omitiu informações.
O filme se passa na Inglaterra, final do século XIX e foi baseado nos quadrinhoshomônimo escritos pelo mestre Alan Moore, que num de seus momentos de genialidade (ou seja, sempre que quer escrever um quadrinho) resolveu agrupar os personagens mais marcantes dos maiores escritores ingleses. São eles: Alan Quatermain, do livro "As Minas do Rei Salomão", de Henry Rider Haggard, não lí ainda, mas sei que é um clássico, o Sr. Shawn Griffin, também conhecido como o Homem Invisível, do livro homônimo escrito pelo fantástico H.G. Wells, Wilhelmina Harper, uma das personagens principais do livro Drácula de Bram Stoker (para quem assistiu o filme, foi a personagem interpretada pela Winona Rider), o(s) "Dr. Jeckill & Mr Hide", do livro "O Médico e o Monstro", de Robert Louis Stevenson e, por último mas não menos importante, o Indú louco, denominado Nemo, capitão do submarino Nautilus, introduzido a nós pelo fabuloso e genioso Dr. Julio Verne em sua obra "20000 léguas submarinas". Na adaptação para o filme inseriram ainda Tom Sawier, de "As Aventuras de Tom Sawyer", do escritor americano Mark Twain e o personagem Dorian Grey, já mencionado no post passado.
Tenho quase certeza que Tom Sawyer foi colocado no roteiro apenas por ser um personagem norte americano de um livro clássico, escrito por um escritor norte americano, simplesmente porque quem o produziu foi (ou foram) norte americano(s).
Os problemas na adaptação dos quadrinhos para o filme está no nome do Homem Invisível, que foi denominado Sr. Skinner ao invés de Shawn Griffin, Tom Sawyer, que no livro era apenas um moleque travesso, ganhou o papel de um agente especial norte americano, Jeckill, já com bastante experiência, ainda precisava das poções para se tornar o Sr. Hide (o que não acontecia no final do livro) e o pior de todos, a questão da interpretação da obra de Oscar Wilde (pode ser que haja falhas com o Sr. Quatermain também, mas como ainda não lí o livro, nada posso dizer).
No filme, Dorian Grey é um imortal, não importa o que acontece com ele, nada acontece com ele... Velhice, tiros, facadas, cortes, etc., nada o fere, o que dá a idéia de que todo o ferimento ocorre na figura do quadro. Porém no livro, Dorian Grey envelhece, apenas as marcas da idade não se mostram em seu rosto, mas sim no do quadro, assim como os atos morais (ou da alma, como se referiu Oscar Wilde), como riso escarninho, ironia, e outras coisas que podem deformar, e geralmente deformam, a expressão dos seres humanos não deformavam a do Sr. Grey, mas sim à imagem de seu retrato. No livro o Sr. Wilde nada menciona sobre imortalidade ou invulnerabilidade, tanto que se ele fosse invulnerável, o ópio não lhe surtiria efeito na mente... apesar de que os efeitos visíveis das deformidades físicas e morais que o ópio (ou uqalquer outra droga entorpecente-alucinógena) causa(m) surgem em seu retrato (e é apenas um retrato, e não todos, como muitos podem pensar).
No mais, é uma boa história com um desenrolar tão surpreendente quanto o final...
aos amigos que lêem esse blog (se é que algum dos meus amigos o fazem, pois acredito que eles tenham coisas melhores a fazer) espero que possamos combinar de assistirmos ao filme quando ele estrear.