Paixões Estilhaçadas
Há tempos em que eu não sinto vontade de escrever.
Tentar me entender, é como tentar entender o modo de vida Klingon, não há como. E tanto eu, como os Klingons, gostamos assim.
Por falar em Klingons, estou passando, melhor, assistindo a todos os episódios da série Deep Space 9, de Star Trek (Assisto a uma agora, enquanto escrevo, episódio número 21, "A Musa").
Nunca fui fanático por Star Trek, mas sempre fui um fã da série, desde a época da série clássica, desajeitada, com mais... violência do que se dizia ter (afinal, clamava-se que a federação era pacífica, mas todos os episódios, ou a maioria, envolvia uma ou outra briga), mas, a série clássica é pra ser... assistida... com a mentalidade de quando foi filmada.
Ah, sim, temos que reconhecer, foi um marco, marcou gerações, pesquisas e diversas outras áreas, mas era apenas um programa de TV. E que programa!
Vejamos, "Série Clássica", "Nova Geração", "Deep Space Nine", "Voyager" e o último dos títulos, "Enterprise", além de ser a marca que possui o maior número de fans no mundo.
E porquê eu gosto de Star Trek, apesar de não ser o ponto desse post, acho que vale uma explicação. Desde criança gosto de pensar no futuro, imaginar novas possibilidades e meios de vida, sempre adorei ficção científica. E o que vimos da ficção científica? Os livros se tornaram, atualmente, insossos, programas de TV, salvo o que cito e o "Dr. Who", não duram sequer uma temporada. A Imaginação humana do futuro está minguando, ou está sombria demais para ser exposta e Star Trek (ou Jornada nas Estrelas), ainda é uma das poucas que, coerentemente, apresenta histórias, sejam meros romances ou ações, mas colocam a ficção científica como o perfeito pano de fundo e ainda colocam nossas mentes a vagar um pouco, produzindo.
Mas essa não é uma paixão, apenas uma opinião e um entretenimento.
Até hoje, creio que posso contar o número de paixões que tive. As três primeiras que posso claramente me recordar iniciaram quando eu era criança, uma com uns seis anos de idade, um garoto do interior vendo diversão eletrônica, paixão à primeira vista, o que claramente levou à segunda, motivado a quebra-cabeças, descobrir que os mesmos jogos eletrônicos que me fascinavam eram desenvolvidos em computadores foi um passo rápido e a paixão por computadores começou cedo.
Já tentei entrar nos negócios dos jogos eletrônicos, mas vivendo no país errado, conhecendo as pessoas erradas, resolvi me afastar, mas a paixão continua, de outra forma.
Graduei como Bacharel em Ciência da Computação, uma área em que poucos entendem, mas que eu sim, entendo e adoro, para infelizmente trabalhar em tarefas que seriam de técnicos, mas as empresas exigem bacharéis, pagando-nos como técnicos. É uma área que eu adoro, mas, meu potencial para ela irá apenas àqueles que merecem.
Mas essas deixaram de ser paixões a muito tempo, pois já fazem parte de mim. Não estão estilhaçadas, pois outros não podem estilhaçar aquilo que você é ou acredita ser e luta para.
Após, mais cinco que posso contabilizar, uma delas foi descoberta aos 8 anos, dormente até os 10, quando comprei meu primeiro disco do Iron Maiden, gerando uma paixão fulminante, não pelo Heavy Metal, mas pela banda, o que eles representavam, as letras das músicas e principalmente a atitude. Essa foi uma paixão que se atenuou, pois, como disse, foi canalizada, porquê Heavy Metal não é nada sem o Rock & Roll, essa sim, fulminante, duradoura... o poder vital que se sente ao ouvir um Foghat tocando "Honky Tonky Woman", ou Humble Pie com "As Safe as Yesterday Is", a diversão de "We are An American Band", do Grand Funk Railroad (A banda favorita do Homer Simpson), sim, aos oito anos a paixão já dava sinais, mas foi apenas aos dezoito que a serpente foi liberada, a porteira aberta e as outras paixões puderam ser estilhaçadas pelo estouro.
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