20050726

A Noble's Life

O Orgulho, por elevar o ego, cega-nos perante o conhecimento e à amizade, levando-nos a cometer erros.
Porém, alguns desses apenas são corrigidos através da nobreza de espírito. Os outros perdurarão enquanto um existir.

Que venha a batalha...
"May your knife Chip and Shatter"

20050715

Meu mundo

Meu mundo há de ser o melhor...
Mas como hei de saber, uma vez que os outros me são ocultos, impenetráveis ou me são apresentados como uma imagem distorcida, vista através de um muro formado por um mosaico de vidros?
Meu mundo, certamente, há de ser o melhor...

A Celebration Life (Parte 2)

Os Posters do show estavam sendo colocados no dia e a poucas horas das portas se abrirem.
Duas pessoas, além das que estavam colocando os posters, estavam alí conversando com quem os colocava.
Chego sorrateiramente para saber o que se tratava. Afinal, estava sozinho e uma conversa sobre a banda antes do show sempre é agradável.
Um deles usava uma camiseta da Manfred's Mann Earth Band. Respeito ganho logo de início. Outro uma jaqueta Jeans surrada. E o papo começou antes mesmo que pudesse ser percebido.
O que usava a jaqueta (e estava com uma mochila), tirou da mochila o que ele chamava de "Caderno de Ouro", um caderno de capa dura preta, escrito "Caderno de Ouro" em dourado. Logo vim saber do que se tratava. Um caderno onde ele guardava todos os autógrafos dos shows que tinha ido. Realmente, um caderno de outro.
De súbito chega um senhor, vestindo um terno vermelho(?!) perguntar onde ficava a entrada da imprensa. Não soubemos dar explicações, foi quando ele retornou para conversar conosco que percebemos tratar-se de Valdir Montanari, uma figura ilústre no conhecimento de Rock Progressivo aqui em São Paulo. Digo... A Figura ilústre...
Em seguida, vejo comprando ingressos, algumas pessoas que estavam (e que eu tinha conhecido) no show do Focus, a menos de um mês. Mais conversas... ótimo, não estava sozinho... :1)
Encontro mais gente, um rapaz que conheci no show do Jethro Tull, fomos comer. Eu estava despreocupado em relação a lugares. Gastei dinheiro para comprar um lugar em uma mesa bem perto do palco.
Voltamos, entrei e fiquei um tempo no saguão conversando com o cara com a camiseta da Manfred's Mann, tomamos uma cerveja e entramos para o espetáculo que iria seguir.
Sento à mesa, na qual já havia um casal, converso um pouco, o casal não conhecia nada da PFM... uma pena, apesar de terem aproveitado muito o show, creio que eles teriam aproveitado ainda mais se os conhecessem.
Quando senta na mesa ao lado um amigo meu de Uberlândia trazendo-me a notícia de que outros amigos de lá haviam vindo para o show, mas estavam nas cadeiras.
O show que seguiu foi espetacular. Ouso dizer que foi o melhor que vi até hoje, com os músicos mostrando o que sabem fazer, mostrando o que é o Premiata Forneria Marconi (e, decerto, Premiata), mesclando sabiamente a música erudita com o Rock e o Rock Progressivo, entretendo-nos e nos encantando com os mais diversos clássicos como La Luna Nuova, Dolcissima Maria, Dove...Quando, La Carozza di Hans, Impressione Di Setembro, L'isolla di Niente, Celebration, dentre outros.

Ao término saímos todos eufóricos. Me reencontrei com os amigos que separei na frente do palco, bem como com aqueles que me separei a algum tempo, deixando-os em Uberlândia... o sentimento era o mesmo... foi, de fato, o melhor show que já vimos... uma celebração, ao Premiata... e à vida.

PFM, parabéns... foi a primeira e espero não ter sido a última vez de vocês aqui no Brasil.

20050707

A Celebration Life (Parte 1)

   Tudo começou a uns 9 anos atrás, quando conheci uma pessoa que tenho em alta estima e estou certo da reciprocidade da mesma.
   Era uma época de mudanças, mudança de estado, mudança de cidade e eu, um molecote de, na época, 18 a 19 anos, por conhecer algumas bandas de Metal em uma cidadezica do interior de SP, me achava a assumidade em Rock & Roll (se bem que pra cidadezica, eu era...), onde minha banda predileta era Iron Maiden.
   Quando me falaram de tal pessoa e do conhecimento dela houve o desdenho inicial, afinal, ainda com uma mente limitada, uma assumidade assim o seria onde quer que estivesse.
   Quando conheci o Álvaro, em seu programa de Rádio, de imediato percebi a besteira que tinha pensado. O pouco que conversamos naquele dia foi o suficiente para que ele, mesmo sem me humilhar, me mostrasse o qão limitado era meu conhecimento.
   Mas não estou aqui para falar dele. Isso merece outro post. Ele entra na história apenas por ter mencionado a banda protagonista deste.
   Quando ouvi o nome do Premiata pela primeira vez, Premiata Forneria Marconi (ou Padaria Premiada Marconi), fiquei curioso de saber como era o som deles. Na época com Internet (quando modems de 14400 era o mais rápido que um usuário doméstico poderia conseguir), corri atrás de algumas coisas e consegui duas MIDIS, a saber, Celebration e 4 Holes In The Ground (trecho introdutório da música La Luna Nuova). Ambas as canções me encantaram e o desejo de conhecer mais à fundo essa banda tomou conta de mim.
   Com o Dólar e o Real em paridade na época eu gastava os parcos restos de finanças que me sobravam no final do mês, às vezes até mesmo pagando em parcelas a fatura do cartão de crédito, com importações de modo a conseguir álbuns que ou custavam (e ainda custam) os olhos da cara aqui no Brasil, ou jamais encontraríamos por aqui. Foi quando conheci Gentle Giant, Aphroditte's Child e quando comprei meu primeiro álbum do PFM intitulado "A Celebration Live". Um álbum duplo e ao vivo que eles fizeram de um show em 98.
   Fiquei contente em saber que a banda ainda estava na ativa. Porém, eles nunca tinham vindo ao Brasil, nunca deram indicações de vir e, conhecendo como o que conhecemos da atual cultura musical dos brasileiros, eu não tinha esperanças que viessem.
   Foi esse ano, de surpresa, que, em um outro show, soube da vinda dessa virtuosa banda ao Brasil. Eufórico, queria comprar meu ingresso logo, mas o tempo disponível, além da busca por companhia, acabou por me atrapalhar em comprá-lo logo de início e o comprei um dia antes do show.
   Entusiasmado e eufórico, queria ver o show em um local privilegiado. Portanto, não me envergonho de ter pago os 150 reais pelo ingresso por uma mesa bem próxima ao palco. Local VIP, mas ainda sem companhia.
   Sexta Feira, 1o. de Julho de 2005, 17:30 da tarde deixo o trabalho na USP em direção ao Credicard Hall acreditando que o trânsito me daria um atraso de umas 2 horas, tempo suficiente pra eu chegar e ficar 2 horas e meia desftutando da companhia dos outros entusiastas que lá estariam.
   Ledo engano. O trânsito estava tranquilo. Chego às 18:30. Estaciono o carro e pago a Bagatela (?!) de 15 reais pelo estacionamento. Encosto em uma grade e observo o movimento. Pessoas trocando Ingressos pelos Abadás do show do Chiclete com Banana do dia seguinte. Fato interessante pois me permitiu processar informações sobre a música, comportamento e características pessoais do Brasileiro comum.
   Por volta das 19:30 começam a aprecer as primeiras pessoas que, certamente, assistiriam o show...

20050706

O Homem e o Anjo

  A surpresa recebe o Homem com braços abertos quando um Anjo o contacta. Teimoso como é e ainda conhecendo pouco da natureza dos anjos, o Homem insiste no contato e se surpreende com a resposta.
  As conversas tornam-se frequentes. Principalmente no momento propício para sua mente: a noite.
  Interesses tanto em comum quanto divergentes os aproximam mais, as conversas, sempre agradáveis, encantam o homem, levando-o ao interesse da companhia que, na expectativa de agradá-lo, o Homem tenta selecionar as partes menos desagradáveis de seu mundo para demonstrar ao Anjo, na esperança de, o Homem, também conhecer um pouco do mundo que não lhe pertence.
  Os primeiros encontros encantam o Homem, levando-o, continuamente, a lembrar da sua primeira experiência com um mundo que não era o seu.
  Sabendo da dificuldade da mudança de natureza, o Homem decide tentar conciliar o comportamento.
  Porém, o mundo do Anjo ainda não lhe é apresentado e a tentativa de conhecê-lo, crescente e continuamente o coloca em um estado mental contraditório, renovando seu desejo de se tornar algo que, em primeira instância, não lhe é previsto, o que que, em contraposição às experiências anteriores, o leva a um estado semi-catatônico. Deixando-o sem ações, conduzindo-o a um lúcido desespero em busca de uma reação que não o faça perder a agradável companhia do Anjo, mas que também não o faça perder sua identidade...