20050707

A Celebration Life (Parte 1)

   Tudo começou a uns 9 anos atrás, quando conheci uma pessoa que tenho em alta estima e estou certo da reciprocidade da mesma.
   Era uma época de mudanças, mudança de estado, mudança de cidade e eu, um molecote de, na época, 18 a 19 anos, por conhecer algumas bandas de Metal em uma cidadezica do interior de SP, me achava a assumidade em Rock & Roll (se bem que pra cidadezica, eu era...), onde minha banda predileta era Iron Maiden.
   Quando me falaram de tal pessoa e do conhecimento dela houve o desdenho inicial, afinal, ainda com uma mente limitada, uma assumidade assim o seria onde quer que estivesse.
   Quando conheci o Álvaro, em seu programa de Rádio, de imediato percebi a besteira que tinha pensado. O pouco que conversamos naquele dia foi o suficiente para que ele, mesmo sem me humilhar, me mostrasse o qão limitado era meu conhecimento.
   Mas não estou aqui para falar dele. Isso merece outro post. Ele entra na história apenas por ter mencionado a banda protagonista deste.
   Quando ouvi o nome do Premiata pela primeira vez, Premiata Forneria Marconi (ou Padaria Premiada Marconi), fiquei curioso de saber como era o som deles. Na época com Internet (quando modems de 14400 era o mais rápido que um usuário doméstico poderia conseguir), corri atrás de algumas coisas e consegui duas MIDIS, a saber, Celebration e 4 Holes In The Ground (trecho introdutório da música La Luna Nuova). Ambas as canções me encantaram e o desejo de conhecer mais à fundo essa banda tomou conta de mim.
   Com o Dólar e o Real em paridade na época eu gastava os parcos restos de finanças que me sobravam no final do mês, às vezes até mesmo pagando em parcelas a fatura do cartão de crédito, com importações de modo a conseguir álbuns que ou custavam (e ainda custam) os olhos da cara aqui no Brasil, ou jamais encontraríamos por aqui. Foi quando conheci Gentle Giant, Aphroditte's Child e quando comprei meu primeiro álbum do PFM intitulado "A Celebration Live". Um álbum duplo e ao vivo que eles fizeram de um show em 98.
   Fiquei contente em saber que a banda ainda estava na ativa. Porém, eles nunca tinham vindo ao Brasil, nunca deram indicações de vir e, conhecendo como o que conhecemos da atual cultura musical dos brasileiros, eu não tinha esperanças que viessem.
   Foi esse ano, de surpresa, que, em um outro show, soube da vinda dessa virtuosa banda ao Brasil. Eufórico, queria comprar meu ingresso logo, mas o tempo disponível, além da busca por companhia, acabou por me atrapalhar em comprá-lo logo de início e o comprei um dia antes do show.
   Entusiasmado e eufórico, queria ver o show em um local privilegiado. Portanto, não me envergonho de ter pago os 150 reais pelo ingresso por uma mesa bem próxima ao palco. Local VIP, mas ainda sem companhia.
   Sexta Feira, 1o. de Julho de 2005, 17:30 da tarde deixo o trabalho na USP em direção ao Credicard Hall acreditando que o trânsito me daria um atraso de umas 2 horas, tempo suficiente pra eu chegar e ficar 2 horas e meia desftutando da companhia dos outros entusiastas que lá estariam.
   Ledo engano. O trânsito estava tranquilo. Chego às 18:30. Estaciono o carro e pago a Bagatela (?!) de 15 reais pelo estacionamento. Encosto em uma grade e observo o movimento. Pessoas trocando Ingressos pelos Abadás do show do Chiclete com Banana do dia seguinte. Fato interessante pois me permitiu processar informações sobre a música, comportamento e características pessoais do Brasileiro comum.
   Por volta das 19:30 começam a aprecer as primeiras pessoas que, certamente, assistiriam o show...