20050706

O Homem e o Anjo

  A surpresa recebe o Homem com braços abertos quando um Anjo o contacta. Teimoso como é e ainda conhecendo pouco da natureza dos anjos, o Homem insiste no contato e se surpreende com a resposta.
  As conversas tornam-se frequentes. Principalmente no momento propício para sua mente: a noite.
  Interesses tanto em comum quanto divergentes os aproximam mais, as conversas, sempre agradáveis, encantam o homem, levando-o ao interesse da companhia que, na expectativa de agradá-lo, o Homem tenta selecionar as partes menos desagradáveis de seu mundo para demonstrar ao Anjo, na esperança de, o Homem, também conhecer um pouco do mundo que não lhe pertence.
  Os primeiros encontros encantam o Homem, levando-o, continuamente, a lembrar da sua primeira experiência com um mundo que não era o seu.
  Sabendo da dificuldade da mudança de natureza, o Homem decide tentar conciliar o comportamento.
  Porém, o mundo do Anjo ainda não lhe é apresentado e a tentativa de conhecê-lo, crescente e continuamente o coloca em um estado mental contraditório, renovando seu desejo de se tornar algo que, em primeira instância, não lhe é previsto, o que que, em contraposição às experiências anteriores, o leva a um estado semi-catatônico. Deixando-o sem ações, conduzindo-o a um lúcido desespero em busca de uma reação que não o faça perder a agradável companhia do Anjo, mas que também não o faça perder sua identidade...